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Chuva no DF já ultrapassa média esperada para janeiro; tempestades persistem até fim do mês

Cinco estações meteorológicas da capital marcaram mais de 206 milímetros esperados para o mês. Em Planaltina, choveu mais que o dobro do previsto. Estrag...

Chuva no DF já ultrapassa média esperada para janeiro; tempestades persistem até fim do mês
Chuva no DF já ultrapassa média esperada para janeiro; tempestades persistem até fim do mês (Foto: Reprodução)

Cinco estações meteorológicas da capital marcaram mais de 206 milímetros esperados para o mês. Em Planaltina, choveu mais que o dobro do previsto. Estragos da chuva no DF Reprodução/TV Globo As cinco estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Distrito Federal registraram, em 23 dias, mais chuva do que o esperado para todo mês de janeiro. A média climatológica prevista para o mês que era de 206 milímetros já foi ultrapassada (veja mais abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 no WhatsApp. O destaque é a estação de Planaltina que, em 23 dias, choveu 417,2 milímetros, mais que o dobro do esperado. ⛈️ De acordo com o Inmet, as chuvas persistem até o fim do mês. Para o fim de semana, temperaturas devem variar entre 18°C e 30°C, segundo o Climatempo, com tempestades à tarde. Veja tabela com as medições das cinco estações do Inmet no DF: Acumulado de chuvas em janeiro 👉 Para entender o que significa o volume de chuva, o cálculo deve ser feito em milímetros e metro quadrado. Em um espaço de um metro por um metro, 1 litro de água subiria até a marca de 1 milímetro (veja vídeo abaixo). 👉Ou seja, 1 milímetro de chuva equivale a 1 litro de água por metro quadrado. Em um caso onde o volume de chuva registrado é de 50 mm, seriam 50 litros de água em cada metro quadrado. Entenda como o índice pluviométrico é usado para calcular o volume de chuvas de uma região Mais raios no DF ⛈️ Raios e trovões antes de chuva forte no Distrito Federal No temporal na noite de quarta-feira (22), 19 mil raios caíram no DF, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que monitora as descargas elétricas (veja vídeo acima). É o maior número registrado no DF em um dia. Não me lembro de nenhum dia com 19 mil, em geral, números acima de 2 mil já são considerados muito altos, diz Osmar Pinto Júnior, coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe. 📌Em 23 dias, 2025 já atingiu quase 20% do número de raios que caíram no DF em todo o ano passado. “Esse evento é mais um caso que mostra que eventos meteorológicos extremos estão ocorrendo com mais frequência no Brasil”, diz o pesquisador Osmar Pinto Júnior. Os impactos das chuvas Cavalo fica preso em buraco após forte chuva no Distrito Federal As chuvas extremas, que destoam dos valores esperados, podem gerar uma série de impactos negativos, de acordo com a analista de pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Alícia de Almeida Silva: Alagamentos Inundações e enchentes Danos ambientais e sociais Deslizamentos Danos à infraestrutura Pessoas desabrigadas e feridas Mortes Doenças O que pode ser feito? A adaptação às mudanças climáticas deve partir de um conjunto de estratégias locais para amenizar os possíveis prejuízos causados por eventos climáticos extremos, como afirma a diretora adjunta de pesquisa do IPAM, Patricia Pinho. Veja abaixo recomendações das duas representantes do IPAM: Estudos prévios para identificar os locais de risco Restauração de áreas verdes e degradadas que ajudam a absorver a água da chuva. Revisão e melhorias nos sistemas de drenagem urbana Considerar os eventos climáticos extremos nos planos e análises de gestão pública Manutenção e limpeza dos sistemas de drenagem da água da chuva, como as bocas de lobo e sua canalização Sistema integrado de monitoramento e prevenção de desastres climáticos no DF Preparação da rede elétrica e da fiação para que as pessoas não fiquem sem energia diante de uma chuva forte Sistemas de alerta e evacuação de áreas de risco em momentos de perigo Planejamento e realocação de comunidades com moradia permanente em áreas de risco, com a devida escuta a essas pessoas Questionado pelo g1, o Governo do Distrito Federal respondeu sobre o que vem sendo feito para uma melhor adaptação às mudanças climáticas: 📌 A Secretaria de Obras afirmou que tem investido recursos na ampliação do sistema de drenagem em todas as regiões do DF (veja nota completa abaixo). 📌A Secretaria de Desenvolvimento Social disse que a equipe é acionada pela Defesa Civil e oferece cestas básicas, colchões, benefícios e acolhimento em abrigo provisório para vítimas de emergências climáticas (veja nota completa abaixo). 📌 A Defesa Civil respondeu que realiza o monitoramento de áreas de risco e que, em janeiro, houve somente um evento de maior relevância sobre as chuvas,em Planaltina, no Condomínio Sarandi. Um total de 45 residências foram afetadas e 17 pessoas ficaram desalojadas, optando por serem recepcionadas em casa de parentes ou amigos. No total 137 pessoas foram assistidas pela Defesa Civil, aponta o órgão (veja nota abaixo). 📌 A Novacap afirmou que organiza forças-tarefa para recolher árvores caídas e realizar podas. Em 2025, de acordo com a companhia, houve 107 notificações de árvores atingidas (queda de árvores ou galhos), a maioria no Plano Piloto (veja nota abaixo). Como se proteger de chuvas intensas e raios? Sequência de raios captada pelo fotógrafo Leo Caldas em Águas Claras, no DF. De acordo com a Defesa Civil e a Neoenergia, as orientações durante esta temporada de chuvas são: Ficar atento à previsão do tempo para a sua região; conheça os principais problemas que podem afetar sua casa e sua região Não jogar lixo nas ruas, ele é facilmente levado aos bueiros e pode causar entupimento Manter calhas e ralos da sua casa limpos Solicitar a poda ou corte de árvores, sempre que perceber uma situação de risco de queda Ter sempre lanternas e pilhas em condições de uso Cuidado quanto ao uso de velas ou lamparinas, coloque-as em local seguro e afastado de objetos que possuem risco de incêndio Ao ar livre, mantenha uma distância segura da rede elétrica, independente se estiver chovendo ou não Caso encontre um fio caído, jamais se aproxime e ligue imediatamente para o 116 da Neoenergia Brasília 👉 Em caso de perigo, a Defesa Civil orienta as pessoas a saírem imediatamente do local de risco, avisando o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 e a Defesa Civil pelo número 199. Também é importante enviar o CEP do local onde reside para o número 40199, para que seja possível receber alertas para a região cadastrada. Antes das fortes chuvas: Se possível, ficar abrigado Não parar o carro perto de árvores ou postes, porque eles podem cair ou atrair raios Se houver risco de deslizamentos de terra na região onde você mora, ficar atento a qualquer sinal de rachaduras no terreno ou nas paredes Soltar os animais, caso estejam presos nas casinhas ou por corrente Avisar seus vizinhos do perigo, caso necessário Ter sempre em mente uma rota de fuga alternativa Ficar atento aos sinais de uma tempestade: nuvens escuras, altas e ameaçadoras, trovões e relâmpagos distantes e aumento repentino do vento Durante as tempestades intensas: Desligar os aparelhos elétricos, o quadro geral de energia e fechar o registro de entrada de água e de gás Ficar atento ao nível da subida das águas, mesmo à noite Se houver risco de inundações e enxurradas na região onde você mora, colocar documentos e objetos de valor em sacos plásticos bem fechados e em local protegido e de fácil acesso, em caso de evacuação. Colocar os seus móveis e utensílios em locais altos, evitando que eles sejam danificados Se a água invadir sua casa, vá imediatamente para áreas mais altas e peça ajuda pelo telefone 193 Se houver infiltração, rachaduras, barulho estranho, ou movimentação de postes/árvores próximos à casa, abandone imediatamente a casa Fechar bem as portas e janelas Se houver vendaval, granizo ou descargas elétricas, ficar atento às recomendações para esses tipos de ameaças Auxiliar crianças, idosos e pessoas com dificuldade de locomoção próximas a você Caso não tenha treinamento, evite tentar salvar alguém entrando na água, ligue 193, jogue algum material flutuante e aguarde os profissionais chegarem Evitar contato com a água de alagamentos, pois podem estar contaminadas e provocar doenças Nunca atravessar ruas alagadas, mesmo estando de carro, moto ou bicicleta, pois a força da água pode arrastá-lo Se estiver em um veículo com possibilidade de alagamento na via, procure um local alto e espere o nível da água baixar Se houver qualquer sinal de movimentação de terra no terreno, procure um local seguro Avaliar a real necessidade de dirigir sob forte chuva No caso de ter a necessidade de percorrer trilhas ou dirigir durante a chuva, seja prudente na escolha do seu trajeto Caso seja necessário dirigir durante a chuva, aumente a distância de seguimento do veículo da frente Caso a guia (meio-fio) esteja coberta de água, evite passar por esse trecho Não instale, desligue ou remova antenas se estiver chovendo. Se sua antena cair sobre a rede ou próximo a ela, nunca tente segurá-la ou recuperá-la Afaste-se de carros e tratores e não ande de moto, bicicletas nem fique ao lado de transportes em geral Evite ficar em lugares abertos como praias, campos de futebol, embaixo de árvores ou perto de cercas Em caso de chuva com relâmpagos: Afaste-se de estruturas metálicas não aterradas (portas, janelas, colunas, cercas de arame etc) Nunca se abrigue sob árvores, torres de transmissão, antenas ou postes de iluminação Caso esteja em campo aberto, permaneça agachado e longe de estruturas que possam atrair o raio Procure nunca estar em um ponto mais elevado no terreno Depois das chuvas: Se a chuva alagar sua casa, lave e desinfete o chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas Raspe toda a lama e retire o lixo do chão, das paredes, dos móveis e dos utensílios; Evite o contato com água e lama. Para isso, use luvas e botas ou sacos plásticos duplos nas mãos e pés Não use água de fontes naturais e poços depois do alagamento, pois podem estar contaminados Volte para casa durante a luz do dia. O que diz a Secretaria de Obras Desde o início da gestão Ibaneis Rocha, em 2019, o Governo do Distrito Federal tem investido recursos na ampliação do sistema de drenagem em todas as regiões do DF. Em Vicente Pires, por exemplo, foram investidos mais de R$ 400 milhões em obras de infraestrutura urbana. O mesmo vale para a região do Sol Nascente, que já recebeu cerca de R$ 250 milhões em obras de drenagem e pavimentação. Também está em andamento o projeto Drenar DF, responsável por ampliar de forma significativa o sistema de drenagem das faixas 1 e 2 da Asa Norte. Obras de drenagem também estão em andamento na Superquadra Park Sul, área tradicionalmente afetada com alagamentos no período chuvoso. A região da avenida Hélio Prates, importante via que passa por Ceilândia e Taguatinga, recebeu melhorias consideráveis no sistema de drenagem, com a instalação de cerca de 6km de novas redes, além de duas novas lagoas de detenção. Paralelamente, a Secretaria de Obras trabalha na elaboração dos projetos do Drenar Taguatinga, que consiet na ampliação do sistema de captação de águas pluviais de Taguatinga. A pasta também trabalha na elaboração dos projetos de infraestrutura urbana em regiões carentes, como Por do Sol e 26 de Setembro. Esse é um trabalho constante e prioritário, com obras avançando em ritmo firme para superar desafios históricos e trazer desenvolvimento sustentável para o DF. O que diz a Secretaria de Desenvolvimento Social A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) informa, no que lhe cabe, que possui equipe com expertise em calamidades, a Unidade Proteção Social 24h (UPS24h), que age após ser acionada pela Defesa Civil no sentido de mitigar os danos materiais e sociais de vítimas de emergência climáticas, como ocorreu na Vila Cauhy, em Sol Nascente e, mais recentemente, em Planaltina. A pasta destaca que cada caso é analisado, e na ocasião, podem ser ofertados cestas básicas, colchões, benefícios, acolhimento em unidade ou em abrigo provisório, montado geralmente em parceria com outros órgãos. O que diz a Defesa Civil A Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil (Sudec), vinculada à Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF), informa que faz o monitoramento de áreas de risco do Distrito Federal, a fim de verificar ameaças e vulnerabilidades geotécnicas, estruturais e ambientais. O órgão atua executando ações preventivas, assistenciais e recuperativas, destinadas a evitar ou minimizar desastres, apoiando as ações dos órgãos de emergência, que realizam as primeiras intervenções. No mês de janeiro deste ano, a Defesa Civil registrou apenas 01 (um) evento de maior relevância, envolvendo as fortes chuvas que ocorreram no DF. O caso ocorreu no Condomínio Sarandi, localizado na Região Administrativa de Planaltina/DF. Na ocasião, os índices pluviométricos registrados foram superiores a 40 mm, num período de apenas 24 horas. Como consequência, inundações atingiram alguns imóveis, trazendo danos materiais. Destacamos que 45 residências foram afetadas e 17 pessoas ficaram desalojadas, optando por serem recepcionadas em casa de parentes ou amigos. No total 137 pessoas foram assistidas pela Defesa Civil, sendo distribuídos 100 colchões, em conjunto com a Sedes e Segov. Um abrigo temporário, também foi disponibilizado pela Defesa Civil, mas não chegou a ser utilizado. O GDF estabeleceu uma comissão para elaboração do Plano de Prevenção e Enfrentamento às Ações Danosas decorrentes de Eventos Climáticos no Distrito Federal, o trabalho é coordenado pela Segov. Ressaltamos que durante o período chuvoso existe uma alta possibilidade de ocorrência de eventos adversos em condições climáticas extremas, como chuvas intensas e prolongadas, fato também monitorado e acompanhado pela Defesa Civil. Diante dessas situações a Defesa Civil atua imediatamente. A pasta reforça que novas vistorias e avaliações podem ser realizadas sempre que houver solicitações ou mudanças no cenário que modifiquem os riscos e ameaças existentes, a fim de subsidiar outras ações governamentais. O que diz a Novacap Em relação às quedas de árvores devido às fortes chuvas e ventos registrados no Distrito Federal no dia 22/01/2025, a Novacap informa: 1. Ações realizadas pela Novacap Durante o período chuvoso, a Novacap organiza forças-tarefa para recolher árvores caídas e realizar podas corretivas resultantes de quedas parciais de galhos. Esses serviços são realizados em conjunto com técnicos que percorrem as áreas afetadas, avaliando a situação e programando operações necessárias. Em 2024, foram realizadas ações preventivas intensas, incluindo a supressão e remoção de árvores mortas, podas preventivas e retirada de galhos secos. Ao longo do ano, cerca de 13.000 árvores em situação de risco foram removidas. 2. Causas das quedas de árvores As árvores, como seres vivos, têm ciclos de vida e podem ser afetadas por organismos que comprometem sua sanidade, como fungos que atacam o sistema radicular. Eventos climáticos severos, como ventos acima de 70 km/h, intensificam o risco de quedas, independentemente de manutenções prévias. A idade média das árvores em Brasília é de aproximadamente 55 anos, considerando o processo de arborização da capital. 3. Avaliação e mapeamento A Novacap realiza vistorias técnicas periódicas, observando condições como galhos secos, vigor da copa, danos ao tronco e situação das raízes superficiais. Um aumento de 150% no número de equipes foi implementado para atender a áreas como o Plano Piloto, ampliando a capacidade de resposta a incidentes. 4. Cronograma de manutenção As atividades de manutenção são realizadas ao longo do ano, com maior intensidade no início do segundo semestre. A periodicidade das ações é definida por critérios técnicos e priorizações de urgência. Na SQS 112, por exemplo, foram realizadas 125 intervenções em 2024, incluindo podas, supressões e remoções de árvores mortas. 5. Colaboração com a comunidade A população é incentivada a relatar árvores em situação de risco pelos canais de atendimento da Novacap. As informações são fundamentais para o mapeamento das áreas mais críticas. 6. Esclarecimentos adicionais Em caso de eventos como o ocorrido, a Novacap conta com contratos firmados com empresas terceirizadas e uma equipe própria para ações emergenciais. Regiões mais afetadas: As ocorrências foram mais concentradas na Asa Sul e localidades como Planaltina, Sobradinho, Santa Maria, Gama e Paranoá. Até o momento, recebemos 107 notificações de árvores atingidas (queda de árvores ou galhos), que estão em processo de atendimento dentro da força tarefa. Deste, a grande maioria aconteceu no Plano Piloto, havendo ocorrência de casos pontuais no Gama, Recanto das Emas, Sudoeste/Octogonal, Ceilândia e Cruzeiro e Santa Maria. Para demandas específicas, a Novacap segue disponível para esclarecimentos e suporte técnico. 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